“Top Gun” — Toda masculinidade é tóxica | Resenha Crítica
“Top Gun” é um filme dirigido por Tony Scott e protagonizado por bem reconhecido e popular da década de 80. Antes o diretor já tinha trabalhado em filmes como “Fome de Viver” de 1983 e hoje em dia é conhecido também por trabalhos como “Incontrolável” de 2010 e “O Sequestro do Metrô 1 2 3” em 2009. Tom Cruise já tinha uma carreira boa com alguns filmes, entre eles está “A Lenda”(1985) e “Negócio Arriscado”(1983) e em “Top Gun” já se estabelece como um “galã de Hollywood” .
O filme é bem popular entre os que passaram a sua juventude na década de 80 e também entre alguns adolescentes que assistiam a Sessão da Tarde alguns anos atrás. Por conta do sucesso, o longa recebeu uma continuação em 2022 e está sendo sucesso de bilheteria pelo mundo por conta de sua nostalgia. “Top Gun: Ases Indomáveis”, como é seu título aqui no Brasil, começa com uma breve introdução do que se trata a tropa Top Gun e mostrando o treinamento de pilotos da marinha em missão. Nessas cenas de ação, é possível notar as atitudes de cada personagem e de como eles se comportam em cada uma das situações que surgem.
Pete Mitchell ou Maverick, interpretado pelo ator Tom Cruise, é um tenente da marinha que possui grandes habilidades como piloto, é corajoso, e às vezes imprudente. O roteiro em sua apresentação demonstra sempre que o protagonista tem um talento no que faz por ser um ponto fora da curva. Depois da primeira missão mostrada, Maverick e seu melhor amigo Goose recebem a proposta de estudar para entrar na tropa Asas Indomáveis (uma escola de combates da elite) por se destacarem como pilotos e por conta da desistência de Puma após um quase acidente .
Ao som de um trilha com vários sucessos dos anos 80 e cores quentes fortíssimas na fotografia é mostrado diversas cenas calorosas de manobras de aviões de caça. Tudo isso mostra o quão trabalho devera ser o processo de filmagens do longa, todavia, pouco se avança na história em si e não desenvolvem camadas nos personagens presentes.
O tempo todo e em diversas situações, assistimos a arrogância e imprudência de Maverick, que para o seu comandante superior, ver isso como ponto positivo, pois vê um grande potencial nele. No decorrer do desenvolvimento da história, observamos outro lado do enredo e o filme é acrescentado toques de romance. Agora, além de muitas cenas extravagantes no céu, é intercalado com cenas de flerte e aviões no céu.
A personagem da atriz Kelly McGillis apaixonada por Maverick se chama Charlie, e ela é uma das únicas mulheres na equipe, sua função é analisar e pesquisar as manobras de ataque dos caças para a preparação dos pilotos para um possível conflito. O dilema é que embora esteja com desejos, ela prefere não misturar seus relacionamentos pessoais e profissionais.
Também são apresentados ao Iceman por Val Kilmer, o melhor piloto do esquadrão Top Gun que Maverick tem o objetivo de ultrapassar o seu posto e ganhar o troféu de “melhor piloto”. Durante esse processo de sempre buscar ser o melhor, ele acaba se metendo em ocasiões bem perigosas em suas performances. O problema nisso é que por conta de sua rebeldia, pode acabar colocando os seus amigos em risco de vida em alguma missão.
Algumas atuações são bem caricatas e isso causa péssimas percepções, pode ser entendido pela seriedade do trabalho feito. Isso entrega alguns defeitos do longa, pois, ao permanecer na superficialidade, acaba se tornando apenas um festival de exaltação ao masculino e propaganda militar norte-americana.
Entre paqueras e manobras no ar, a fotografia também alterna em tons alaranjados em cenas mais aventurescas e tons frios azulados em cenas de romances para passar a sensação de calmaria. Nesta parte ocorre o famoso beijo do cinema ao som de “Take My Breath Away” entre Charlie e Mav. Um dos clímax acontece durante uma das sessões de provas da tropa em que Mav e seu amigo estão. Por conta de falhas no sistema do avião Goose acaba sofrendo um acidente e não resistindo ao impacto.
Após os acontecimentos, Maverick se demonstra desolado depois da morte de seu amigo, mas os seus superiores têm a esperança de que vai superar. Destaque que ao longo das cenas que envolvem o terceiro ato do filme, os personagens do filme demonstram sempre uma Frieza. Maverick em nenhum momento chora, Iceman não consegue dar forças ao seu companheiro de trabalho melhorar seu desempenho.
Charlie teve que se ausentar das suas tarefas do cargo e foi se mudar. Em uma das suas últimas conversas, a sua parceira amorosa conversa com o protagonista e tenta convencê — lo de que não foi a sua culpa pela morte de Goose e para não desistir da sua carreira de piloto.
Chegando perto da formatura o personagem Viper, interpretado pelo Tom Skerritt, conta sobre o pai de Mav e o inspira para que tenha confiança. Segundo ele, os dois tiveram um passado de grande encargos, entretanto, também sofreu um acidente durante uma batalha, Viper conta também sobre a coragem de seu pai e como salvou seus colegas durante a missão.
Na tarefa final, Maverick decide voltar a pilotar e é selecionado para dar cobertura aos seus colegas, Iceman fica com um pé atrás, porém, os superiores acreditam nele. Durante o conflito, alguns aviões foram abatidos e com tudo o que aconteceu na trajetória Maverick, ele se manteve prudente. Em casos extremos, ele utiliza suas habilidades com muito mais responsabilidade para conseguir ajudar seus amigos. Podemos dizer que o personagem principal aprendeu com seus equívocos e a trabalhar em conjunto com sua equipe.
Após todo o ocorrido bem sucedido, Maverick foi muito bem reconhecido no país por ser um excelente piloto e decide tomar outros rumos como instrutor. Nas últimas cenas o personagem joga o cordão de seu melhor amigo no mar como forma de representação de superação da sua dor. Em um bar, reencontra a sua amada paixão novamente e assim termina um enredo que junta romance, amizade e ação.